Esta resenha foi feita pela amiga Mari Araújo (Instagram @guardiadaestante).
Hibisco Roxo (2003) – Segundo livro que li da Chimamanda Ngozi Adichie, e, mais uma vez, ela não falhou em me surpreender. Assim como em “Meio-Sol Amarelo”, ela trata de temas pesados, mas com uma escrita poética que te envolve tanto a ponto de você encontrar beleza onde, em tese, não haveria.
O livro fala de fanatismo religioso, violência doméstica, segregação, opressão familiar e o desabrochar da adolescência. Chimamanda consegue, aqui, apresentar o cenário político e religioso atual de seu país, a Nigéria, e tudo isso de uma vez só, em 321 páginas que parecem 10! Você lê muito rapidinho.
O livro é contado a partir da visão de Kambili, uma jovem de 15 anos que vive em uma família segregada dos demais parentes pela religião: seu pai, um severo religioso Cristão, desgarrou-se dos parentes que ainda mantém afinidade com as tradições tribais. Por outro lado, esse mesmo pai-opressor é um homem progressista que apoia o jornal local e seus jornalistas, ávidos a defender o que eles entendem como progresso do país. Kambili, por sua vez, ainda enfrenta a descoberta da paixão.
Não quero dar muitos spoilers porque ir descobrindo o universo de Kambili junto com ela (que só conhecia a vida regrada que seu pai impõe) é sensacional! A gente desabrocha com ela!
É um livro maravilhoso. Eu sempre me derreto em adjetivos falando sobre ele. Aqui a autora se distancia dos arquétipos mundiais e aprofunda suas personagens, cada uma com diversas camadas.
Minha edição é de 2011, lançada pela Companhia das Letras!
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