“Maus – A história de um sobrevivente” (1980-1991), é uma grafic novel, do ilustrador e cartunista estadunidense Art Spiegelman, nascido na Suécia, 1948.
Eu sou uma apaixonada por literatura, todos sabem, em especial a prosa (romances, contos e crônicas). Às vezes leio poesia, ensaios, história, mas, ainda pequena, abandonei os quadrinhos. Nem lembro o último que havia lido.
Mas esse livro, em especial, me atraiu desde que soube dele. Já estava na minha lista de desejos há anos, até que mês passado, não resisti a uma promoção e o comprei.
Uau!!! O que foi essa leitura!?
Como qualquer HQ a narrativa é objetiva e baseada em diálogos. São 1500 quadros em preto e branco. Apesar da crueza, o livro é profundo e muito sensível. É também uma aula sobre esse episódio lamentável da história da humanidade.
A narrativa mostra o próprio cartunista entrevistando o seu pai, Vladek, um judeu polonês, sobrevivente do Holocausto. A entrevista começa nos anos que antecederam a eclosão da Segunda Guerra Mundial até a libertação dos pais do campo de concentração nazista de Auschwitz.
Os judeus são retratados como ratos (maus, em alemão), os alemães como gatos, os poloneses, porcos, e os americanos, cães. Algumas críticas surgiram alegando um caráter racista e desumanizante das alegorias e um reforço dos estereótipos. Mas segundo Spielgeman, o objetivo não era reforçar preconceitos, mas ao contrário, mostrar que todos são humanos e que “estas metáforas … deveriam se autodestruir” e “revelar a inutilidade da noção em si”.
Contrariando senso comum de que os quadrinhos tratam de assuntos triviais, o livro teve papel importante para levar os quadrinhos para adultos, em especial as graphic novels, para o grande público. Inclusive a sua publicação integral em 1991 abriu a discussão acerca da categorização da obra nas livrarias, o que ajudou a consolidar o termo graphic novel em definitivo. Recebeu diversas honrarias, com destaque para o Prêmio Pulitzer Especial em Literatura, em 1992.
Spiegelman, que recusou por diversas vezes propostas para adaptar sua obra para o cinema ou televisão, foi editor da revista The New Yorker por uma década e é editor e cofundador de “Row”, famosa revista de quadrinhos e artes gráficas de vanguarda. Seus desenhos e gravuras já foram exibidos em galerias e museus pelo mundo todo.
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