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Rubem Fonseca (1925-2020) foi um contista, romancista, ensaísta e roteirista brasileiro. Inaugurou uma corrente literária conhecida como brutalista.
Seu estilo seco e direto, com frases curtas, traz de forma realista temas presentes no dia-a-dia das cidades como erotismo, violência, individualismo e solidão. Outras marcas de seu texto são a oralidade, a análise psicológica e a crítica social.
Seus personagens principais (delegados, detetives, advogados, escritores…) mostram influência da sua vida profissional – formado em direito, trabalhou como comissário de polícia no Rio de Janeiro, na década de 1950.
Sua estreia literária foi com o livro de contos “Os Prisioneiros”, em 1963.
“O caso Morel” (1973), seu primeiro romance, é uma narrativa policial não convencional, onde Paul Morel, o principal suspeito de assassinar a sua namorada, já preso, narra suas memórias, em paralelo à investigação.
Seu livro de contos “Feliz Ano Novo”, publicado em 1975, foi censurado pelo Regime Militar por conter matéria “contrária à moral e aos bons costumes” e liberado apenas em 1989.
Nós escritores não podemos discriminar as palavras. Não tem sentido um escritor dizer: ‘Eu não posso usar isso’. A não ser que você escreva um livro infantil. Toda palavra tem que ser usada”.
No romance “A grande arte” (1983), a investigação do assassinato de uma prostituta traz essa brutalidade bastante destacada. Seu personagem principal, Mandrake, um advogado criminal, foi transformado em série para TV pela HBO.
Em “Agosto” (1990), fatos reais ligados ao suicídio do presidente Getúlio Vargas se misturam à ficção num enredo policial em que personagens históricos assumem o protagonismo também no romance. A obra foi adaptada para a TV como uma minissérie pela Globo, em 1993.
Apesar de aceitar convites para eventos literários no exterior, no Brasil, recusava sempre convites para eventos e não dava entrevistas.
Nunca se candidatou à Academia Brasileira de Letras.
Ganhou 5 prêmios Jabuti e o Prêmio Camões, em 2003 – o mais importante da língua portuguesa.
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