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Gostaria de agradecer imensamente à parceira, e já muito querida, Mari Araujo pela belíssima resenha de “O Olho Mais Azul” (1970), de Toni Morrison.
#Repost @guardiadaestante
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[…] é tão imponente e poderosa aos meus olhos que fico até tímida de falar sobre ela neste minúsculo bookgram. Este espaço é pequeno demais para o que ela pode oferecer ao universo literário. […]

Foto: Mari Araújo
Morrison nasceu em 1931, nos Estados Unidos de severas tensões sociais, raciais e segregacionistas. Assim, sua obra gira em torno das vivências dos negros americanos, sempre tendo mulheres como protagonistas.
Embora seja muito conhecida por “Amada” (1987), que virou até filme, com Oprah Winfrey e Danny Glover, sua primeira ficção é “O Olho Mais Azul” (1970), também a primeira obra que li da autora. Depois desse livro, Toni se tornou indispensável em minha vida.
A imposição hegemônica das características do povo branco é esmagadora para a construção de identidade de uma criança negra, pobre, que vive em um lar violento. Shirley Temple, loira, cachinhos dourados, era o padrão de beleza da época, inalcançável. Neste livro, acompanhamos a vida de duas meninas bem diferentes, Claudia MacTeer, defensora do amor próprio negro, e Pecola Breedlove, que sonha em ter olhos azuis, representação do desejo de igualdade social. As rejeições sociais são demais para Pecola.
Para uma mulher negra, este livro bate tão forte que te deixa atordoada por alguns dias. Toda mulher negra tem um pouco das duas meninas, mas o mundo nos consome como a Pecola. É uma luta quase diária nos amarmos como Claudia tenta nos ensinar.
Este livro é um dos responsáveis pela construção do meu caráter, pelo meu ato consciente de “tornar-me negra”, livre. Recomendo muito. Ele tem linguagem direta, dinâmica, poética, por vezes. Leitura rapidinha, embora avassaladora.
ah, coloquei uma imagem da boneca Shirley Temple, presente comum da época.
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