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A Potencia Feminista (Português) Capa Comum – 20 mar 2020
“uma caixa de ferramentas para ser usada contra a ofensiva neoliberal e conservadora, mas também uma investigação tramada ao calor das assembleias, das mobilizações, das greves internacionais do 8 de março, que conecta as violências econômicas, financeiras, políticas, institucionais, coloniais e sociais.” assim o jornal argentino Página 12 definiu o livro “A potência feminista”, ou o desejo de transformar tudo, de Verónica Gago. Um feminicídio é registrado a cada 29 horas na argentina — um a cada oito horas, no brasil. Verónica Gago assume a realidade e a luta das mulheres latino-americanas como ponto de partida para as análises de a potência feminista.
Foi a violência estrutural e homicida contra as mulheres argentinas que desencadeou o movimento niunamenos, que logo se espalhou pelo continente. Cientista política, professora da universidade de Buenos Aires e militante feminista, Verónica Gago engrossou o movimento, participou de assembleias, marchas e protestos, e, por dentro da mobilização, e em diálogo permanente com luta de mulheres de outros países, passou a enxergar a força contestatária do feminismo latino-americano para muito além do “identitarismo” e do “vitimismo”. Quando encarado em sua dimensão de raça, de classe, plurinacional, antiextrativista, e ao ganhar as massas, como tem ocorrido na argentina com as manifestações pela descriminalização do aborto, o feminismo se torna revolucionário — e aponta inequivocamente para o desejo de transformar tudo. Essa é a tese defendida pela autora em a potência feminista.
O livro dialoga com as ideias de Silvia Federici, Angela Davis, Nancy Frazer, Wendy Brown, Rosa Luxemburgo e Karl Marx, entre outras pensadoras e pensadores clássicos e contemporâneos. E defende a proposta da greve internacional feminista como instrumento revolucionário que visibiliza trabalhos e condições das mulheres invisibilizados historicamente pelo sistema. A realidade latino-americana obriga o feminismo a sair do binarismo vítima/algoz e a atravessar os conflitos enfiando transversalidade no “tremor simultâneo das camas, das casas e dos territórios”, explica Verónica Gago, sem deixar nada de fora, porque as lutas feministas atravessam tudo. É preciso reconceitualizar as violências machistas e politizá-las, para reconhecer seu horror e desarmá-lo.
Capa comum: 256 páginas
Editora: Elefante Editora (20 de março de 2020)
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