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“O mundo se despedaça” (1958), romance de estreia de Chinua Achebe, é considerada sua obra-prima. É um marco da literatura africana do século XX e precursor da moderna literatura nigeriana.
“Toda a gente conhecia Okonkwo nas nove aldeias e mesmo mais além. Sua fama assentava‐se em sólidos feitos pessoais.” Assim começa a narrativa que acompanha a vida de Okonkwo, um campeão de luta local, do clã ficcional Umuofia, do povo Igbo. Ele é um dos principais opositores ao trabalho dos missionários religiosos que contraria as tradições de seus antepassados. Um mundo, até então, fechado ao estrangeiro, começa a enfrentar a ameaça de desintegração da cultura com a chegada dos europeus. Nasce uma nova sociedade, opressiva e conflituosa, com uma nova forma de governo, um Deus único, escolas e instituições reguladoras.
Um ponto marcante é a voz nativa, cheia de padrões de fala e provérbios nigerianos, que examina os efeitos do colonialismo sob a perspectiva africana, confrontando a concepção errônea de uma África culturalmente atrasada e primitiva, construída pela visão exterior perplexa, paternalista, racista ou fantasiosa.
O livro é literatura básica escolar em toda a África e amplamente estudado na Europa e Estados Unidos como fundamental para compreender o processo de colonização, a opressão do estrangeiro, a transmissão de valores, sobretudo religiosos, e a instauração das instituições ocidentais no continente.
A obra, em verdade, compõe uma trilogia, juntamente com “A paz dura pouco” (1960) e “A flecha de Deus” (1964), que começa no período pré-colonial e segue até o fim do império.
A obra foi escrita em inglês e Achebe defende a decisão pelo fato do idioma Igbo ter inúmeros dialetos de tradição oral e a complicada forma escrita ter sido imposta por lei pelos missionários anglicanos.
O título da obra é um verso de um poema de W. B. Yeats, O segundo advento (1920).
A Enciclopédia Britânica coloca a obra de Achebe entre os 12 maiores romances já escritos.
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