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Conceição Evaristo (nascida em 1946) é uma escritora brasileira, de projeção internacional.
“Eu não nasci rodeada de livros e, sim, rodeada de palavras”. De família pobre, foi criada em uma favela de Belo Horizonte. Até concluir o curso secundário do magistério, precisou conciliar os estudos com o trabalho como empregada doméstica. Hoje é doutora em Literatura Comparada e professora universitária.
Sua revelação para o mundo literário se deu na série Cadernos Negros, na década de 1990 (publicação anual do Grupo Quilombhoje, que fomenta a produção literária negra). O poema Vozes-Mulheres, publicado, então, foi republicado no seu livro “Poemas de recordação e outros movimentos“, de 2008.
“A voz de minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
Ecoou lamentos
de uma infância perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo”
Desde então, participa ativamente nos movimentos de valorização da cultura afro-brasileira, fazendo uso de sua obra para tratar de temas como a discriminação de raça, gênero e classe. As figuras femininas familiares tratadas com ternura em seu trabalho convivem com a violência e a pobreza. Assim é em sua obra “Ponciá Vicêncio” (2003), em que ela narra a trajetória da vida da menina negra e pobre, que dá nome ao romance, em busca de sua identidade.
Recentemente a escritora mineira Conceição Evaristo esteve no Salão do Livro, em Paris, lançando a tradução para o francês de sua obra “Insubmissas Lágrimas de Mulheres”(2011), em parceria com a editora Anacaona, (“Insoumises”).
Aqui no Brasil ela foi a vencedora da categoria Destaque 2017, do Prêmio Bravo! Em seu discurso, Conceição destacou “o quão significativo é para ela e para todas as mulheres negras [vencedoras naquele dia], suas premiações estarem ligadas à militância e à arte literária”.
Conceição Evaristo é hoje a maior representante da mulher negra na literatura brasileira. Legado de grandes precursoras como a maranhense Maria Firmina dos Reis e Carolina Maria de Jesus, também mineira. Todas mulheres negras e ativistas. Ler essas mulheres nos estimula a refletir sobre ancestralidade, maternidade, sonoridade, empatia e religiosidade.
Conquistou o Prêmio Jabuti com “Olhos d’água” (2014).
A cada dia ganha mais força a campanha #ConceicaoEvaristonaABL para ela ingressar na Academia Brasileira de Letras. Ela já confirmou que se candidatará. Estamos torcendo!!! (Atualização: ela se candidatou à cadeira número 7, de Castro Alves, em 2018, mas foi preterida em favor do cineasta Cacá Diégues).
Este texto foi feito com a colaboração da amiga Mari Araújo (Instagram @guardiadaestante).
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