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Pablo Neruda (1904-1973), chileno, nascido Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, adotou o pseudônimo ainda na adolescência. É considerado um dos maiores poetas de língua espanhola. Os traços marcantes de suas obras são o amor e o humanismo.
Tornou-se célebre com o lançamento de “Crepusculário” (1923). Com “Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada” (1924) começa a apresentar seus traços modernistas.
Marxista, abriu mão de sua candidatura à presidente do Chile, em 1970, em apoio a Salvador Allende. Após o golpe militar de 1973, se refugiou em sua casa de Isla Negra, onde permaneceu até sua morte ao lado de sua terceira mulher, Matilde Urrutia. Essa fase do refúgio é o tema do filme ficcional “O Carteiro e O Poeta”, de 1994.
Neruda conciliou sua carreira de escritor com a diplomática e política. Eleito senador, em 1945, visitou o Brasil e leu para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes.
Especula-se que tenha sido assassinado pelo regime golpista, embora a causa oficial seja decorrência de um câncer.
“Confesso que vivi”, é um livro de memórias, publicado postumamente, em 1974.
Ganhou o Nobel de Literatura em 1971.
A inspiração para a escolha do pseudônimo ele não revela. Entre as especulações: o escritor tcheco Jan Neruda ou a violinista Wilma-Norman Neruda, personagem do livro do Sherlock Holmes, “Um estudo em vermelho”, de Arthur Conan Doyle.
A poesia emanava dele até nas breves respostas dadas à Clarice Lispector, que o entrevistou em 19 de abril de 1969 (no livro “De Corpo Inteiro”, Editora Rocco, 1969). Alguns trechos:
Clarice Lispector: Escreva aqui o seu poema predileto, pelo menos predileto neste exato momento?
Pablo Neruda: Estou escrevendo. Você pode esperar por mim dez anos?
Clarice Lispector: Você está a par da poesia brasileira? Quem é que você prefere na nossa poesia?
Pablo Neruda: Admiro Drummond, Vinícius, Jorge de Lima. Não conheço os mais jovens e só chego a Paulo Mendes Campos e Geir Campos. O poema que mais me agrada é o “Defunto”, de Pedro Nava. Sempre o leio em voz alta aos meus amigos, em todos os lugares.
Clarice Lispector: Em que lugar gostaria de viver, se não vivesse no Chile?
Pablo Neruda: Acredite-me tolo ou patriótico, mas eu há algum tempo escrevi em um poema: Se tivesse que nascer mil vezes. Ali quero nascer. Se tivesse que morrer mil vezes. Ali quero morrer…
Clarice Lispector: Você já sofreu muito por amor?
Pablo Neruda: Estou disposto a sofrer mais.
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