No dia 30 de janeiro de 1869 foi publicada a primeira história em quadrinhos brasileira: “As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte”, de autoria do cartunista italiano, radicado no Brasil, Angelo Agostini, na Revista Fluminense. A série contava as aventuras hilariantes de um morador da roça na cidade grande. Depois de 14 episódios (os 9 primeiros feitos por Agostini), foi interrompida em 1872 sem conclusão. A partir de 1984, esta data passou a ser o “Dia do Quadrinho Nacional”. Embora outras obras quadrinísticas tenham sido publicadas antes dela, foi a primeira a incorporar elementos dos quadrinhos modernos: sequencial, personagens fixos e cenários.
O artista suíço Rudolph Töpfer (1799-1846) foi o pioneiro no formato sequencial de desenhos, no que conhecemos hoje como tirinhas em Histoire de Mr. Vieux Bois, in 1827. Goethe era um dos seus fãs, tendo escrito um artigo sobre ele num jornal que editava.
Outros importantes precursores do gênero foram o artista alemão Wilhelm Busch (1832-1908), com seus personagens Max und Moritz – Eine Bubengeschichte in sieben Streichen (Juca e Chico – História de Dois Meninos em Sete Travessuras, na versão brasileira, feita por Olavo Bilac), de 1865, e o francês Christophe, pseudônimo de Georges Colomb (1856-1945), e sua Famille Fenouillard, publicados no periódico Le Petit Français Illustré de 1889 até 1893.
As histórias em quadrinhos, no formato que conhecemos hoje, apareceram pela primeira vez pelas mãos do artista americano Richard Outcault, em 1894, na revista “Truth”, de Nova York, com uma tirinha chamada “Hogan’s Alley”, cujo personagem principal era o carequinha Mickey Dugan, o “Garoto Amarelo” (The Yellow Kid).
Ela trouxe pela primeira vez a linguagem que conhecemos hoje, com as ações narradas em quadros estáticos e com os diálogos em balões. O dentuço personagem que usava um camisolão amarelo muito maior que seu tamanho fez sucesso imediato e crescente. Ilustrou diversas publicações e teve sua revistinha regular exclusiva, pela Howard, Ainslee & Co., em 1897.
Embora as HQs mais famosas sejam aquelas que retratam a vida de super-heróis ou personagens voltados para o público infantil, elas não ficam restrita aos personagens com superpoderes ou coelhadas. Diversas obras, de vários gêneros, vêm sendo lançadas no formato e ganham cada vez mais adeptos.
Algumas de grande sucesso aparecem na foto abaixo:
- “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood (1985), ganhou versão HQ em 2019 pela Editora Rocco, com arte e adaptação de Renée Nault;
- “Maus” (Prêmio Pulitzer 1992), do americano de Art Spiegelman, publicado entre 1980 e 1891, pela Panthéon Book, e agora, no Brasil, pela Quadrinhos na Cia.;
- “Retalhos” (2009), de Craig Thompson, publicado pela Quadrinhos na Cia.;
- “Persépolis” (2000), de Marjane Satrapi, publicado pela Quadrinhos na Cia.;
- “O diário de Anne Frank”, publicado em versão graphic novel em 2017 pela Quadrinhos na Cia., adaptado por Ari Folman e ilustrado por David Polonsky;
- “A revolução do bichos”, de George Orwell (1945), adaptado pelo brasileiro Odyr (Quadrinhos na Cia., 2018);
- “Refugiados: a última fronteira”, da cartunista e ativista, Kate Evans, foi publicado pela Darkside books, em 2018; e
- “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa (1956), foi adaptado por Eloar Guazzelli, com desenhos de Rodrigo Rosa (2014, Globo Livros).
Gosta de quadrinhos?
Já leu algum destes acima?
Conte pra gente nos comentários.
Gostou do post? Deixe seu comentário e siga-nos nas redes sociais para ter acesso a conteúdos exclusivos!
0 comentários