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“Santa Joana dos Matadouros” (1929-1931), é uma das grandes peças do século XX. Foi escrita pelo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) logo depois do sucesso de “A ópera dos três vinténs”, de 1928. Naquele momento, entre guerras, o povo germânico estava com a identidade debilitada, consequência da derrota na Primeira Guerra Mundial e de uma economia falida, agravada pelo crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929.
A personagem protagonista, Joana Dark, é uma pobre moradora de Chicago, nos Estados Unidos, empenhada em apaziguar os conflitos entre os planos patronais e as tentativas de mobilização operária. Ela gradativamente vai assumindo sua posição de heroína na narrativa.
Em 1920, o papa Bento XV havia santificado a mártir francesa Joana D’Arc (1412-1431). O texto de Brecht traz várias ligações entre as duas personagens.
A confluência entre esses acontecimentos históricos e as falas intercaladas de frases dirigidas diretamente à plateia – característica do Teatro Épico brechtiano – trazem a oportunidade de reflexão sobre o pensamento político-ideológico, sem deixar de lado a humanidade dos personagens.
“Santa Joana dos Matadouros” só foi produzido para teatro em 1959, três anos depois do falecimento de Bertolt Brecht.
Em vida, ele apenas dirigiu uma versão para rádio, em 1932.
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