Laranja Mecânica

por | 11/03/2018 | Resenhas | 0 Comentários

Lançamento: 1962

Queria compartilhar com vocês essa resenha da parceira Leydiane Nunes @daydreamsbooks

Laranja Mecânica – Anthony Burguess (1962)

Edição Epecial de 50 anos, da Editora Aleph.. Foto: Leydiane Nunes

Alex DeLarge é o protagonista da obra, que narrada em primeira pessoa, contará aos leitores suas aventuras nada pacíficas em um cenário em que habita sociedade do futuro prevista por Burgess. Com um gosto um tanto quanto clássico, Alex e seus amigos se drogam com frequência e saem pelas ruas da cidade aprontando todas, desde bater em pessoas à invasões de domicílios – e a normalidade com que Alex relata os fatos é que faz o leitor ficar instigado pelo livro, trazendo a necessidade de tentar compreender a mente do narrador.

E é numa dessas invasões domiciliares que a vida de Alex toma um novo rumo ao escutar sirenes policiais, e é nesta mesma noite que Alex é traído pelos seus amigos e acaba indo preso e futuramente sendo condenado por homicídio. Após um tempo se adaptando (ou não) à realidade da prisão, Alex é submetido a um método traumático chamado Ludovico.

Após este tratamento, Alex cria um certo bloqueio a tudo que se relaciona com violência, o que acaba debilitando um pouco a vida do antigo bully, e garante com que ele veja as coisas de maneira diferente para fora da prisão.

Narrado de forma profunda, a cada página o leitor fica mais ligado ao destino de Alex, e certamente você sairá com alguma lição ou aprendizado a mais após ler Laranja Mecânica. Além de ser um baita livro de sociologia onde podemos analisar a violência em tribos urbanas, o livro nos remete à questões filosóficas existencialistas e muitos outros argumentos, que irão depender da mente das pessoas que o leem, embora eu realmente recomende para todos os públicos, desde que este tenham maturidade o suficiente para entender a obra como uma distopia.

A crítica de Burgess para a sociedade inglesa da época se aplica até os dias atuais. Em um mundo caótico, de violência e diversidade social, a importância das escolhas humanas e das medidas tomadas para reprimir a violência e outros crimes é um dos alvos da crítica do mestre, que explora o futuro desconhecido com grande precisão.

 

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Mariana Gago

Advogada e entusiasta do papel transformador dos livros. Idealizadora e editora do projeto Recanto da Literatura.

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