O olho mais azul

por | 28/02/2018 | Resenhas | 0 Comentários

Autor(es): Toni Morrison

Lançamento: 1970

Provisoriamente, conteúdo do Instagram

Gostaria de agradecer imensamente à parceira, e já muito querida, Mari Araujo pela belíssima resenha de “O Olho Mais Azul” (1970), de Toni Morrison.
#Repost @guardiadaestante
・・・
[…] é tão imponente e poderosa aos meus olhos que fico até tímida de falar sobre ela neste minúsculo bookgram. Este espaço é pequeno demais para o que ela pode oferecer ao universo literário. […]

capa amarela com faixas verticais preta e vermelha. no quadrante superior esquerdo, foto de uma nenina negra debruçada sobre um livro azul

Foto: Mari Araújo

🔎 Morrison nasceu em 1931, nos Estados Unidos de severas tensões sociais, raciais e segregacionistas. Assim, sua obra gira em torno das vivências dos negros americanos, sempre tendo mulheres como protagonistas.

🔎 Embora seja muito conhecida por “Amada” (1987), que virou até filme, com Oprah Winfrey e Danny Glover, sua primeira ficção é “O Olho Mais Azul” (1970), também a primeira obra que li da autora. Depois desse livro, Toni se tornou indispensável em minha vida.

🔎 A imposição hegemônica das características do povo branco é esmagadora para a construção de identidade de uma criança negra, pobre, que vive em um lar violento. Shirley Temple, loira, cachinhos dourados, era o padrão de beleza da época, inalcançável. Neste livro, acompanhamos a vida de duas meninas bem diferentes, Claudia MacTeer, defensora do amor próprio negro, e Pecola Breedlove, que sonha em ter olhos azuis, representação do desejo de igualdade social. As rejeições sociais são demais para Pecola.

🔎 Para uma mulher negra, este livro bate tão forte que te deixa atordoada por alguns dias. Toda mulher negra tem um pouco das duas meninas, mas o mundo nos consome como a Pecola. É uma luta quase diária nos amarmos como Claudia tenta nos ensinar.

🔎 Este livro é um dos responsáveis pela construção do meu caráter, pelo meu ato consciente de “tornar-me negra”, livre. Recomendo muito. Ele tem linguagem direta, dinâmica, poética, por vezes. Leitura rapidinha, embora avassaladora.

🔎 ah, coloquei uma imagem da boneca Shirley Temple, presente comum da época.

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Mariana Gago

Advogada e entusiasta do papel transformador dos livros. Idealizadora e editora do projeto Recanto da Literatura.

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